Objectivos
O presente guia é uma proposta de modelo de inventário de azulejo in situ, que resulta da experiência acumulada ao longo de quatro anos de trabalho pela equipa do Az Infinitum. Pretende-se disponibilizar uma ferramenta de trabalho de carácter genérico, cuja prática seja compatível com qualquer base de dados ou sistema informático (e facilite a integração ou a comunicação de dados), mas que seja capaz de fomentar a uniformização de procedimentos, da informação recolhida e que recorra a um mesmo vocabulário controlado.
A ideia que sustenta este guia é a de que existem formas ordenadas de ver e descrever obras (objectos, imagens, edifícios, etc.), que resultam, na maioria das vezes, numa construção fictícia, mas que tem a vantagem de permitir obter um grau de sistematização e uma consistência em termos de metodologias adoptadas, fundamentais quando se trabalha em inventário.
Quem inventaria ou cataloga objectos, património ou imagens tem que identificar os principais elementos e traduzir esses mesmos elementos de uma linguagem visual para uma linguagem textual.
A estrutura deve obedecer a uma visão integral do objecto de estudo para depois ir ao pormenor, i.e., organiza-se do geral para o particular.
Este conjunto de procedimentos na inventariação in situ aplica-se, igualmente, à recolha de imagens, que será objecto de um capítulo específico.
O objectivo deste guia é definir um conjunto de sugestões e recomendações relativas aos processos de inventário de património azulejar que permanece in situ.
Este guia não é, nem pretende ser, uma norma. Pelo contrário, trata-se de um documento com um conjunto de princípios baseados em experiência acumulada, aberto à discussão e que deve ser actualizado periodicamente de forma a reflectir as alterações propostas por uma prática efectiva de inventário.
Destina-se a apoiar as instituições detentoras, ou que têm à sua guarda património azulejar in situ, instituições relacionadas com a valorização do património cultural, assim como a comunidade científica que se dedica ao estudo e protecção desse mesmo património.
O que é um revestimento azulejar in situ em contexto português
Entende-se por revestimento cerâmico os azulejos aplicados num determinado suporte arquitectónico, quer tenham ou não sido originalmente concebidos para o mesmo.