Padrão policromo, de contorno azul, com dois centros e um elemento de ligação. Um centro é constituído por uma flor disposta em quadrado sobre o vértice, formada por três camadas de pétalas semicirculares e lanceoladas, em tons de azul com rebordo amarelo, e núcleo disposto em quadrado sobre o vértice, inscrevendo motivo floral de pétalas alongadas e lanceoladas. Das pétalas exteriores da flor projectam-se, na diagonal e no sentido do canto do azulejo, hastes com flores de cálice lanceoladas a amarelo, folhas trifoliadas azuis e ainda hastes curvas que se unem ao elemento de ligação envolvendo ainda o outro centro. Este é constituído por folhagem recortada amarela intercalada por folhas trifoliadas no mesmo tom e núcleo estrelado azul sobreposto por elemento floral branco. O elemento de ligação é formado por motivo floral amarelo, azul e branco, com núcleo em forma de quadrado sobre o vértice, a azul, delimitado a amarelo.

Inspirado em motivos chineses, este padrão ficou conhecido como “camélia” e foi um dos mais comuns na azulejaria portuguesa do século XVII, sobretudo no terceiro quartel da centúria (1650-1670) (SIMÕES – Azulejaria em Portugal no século XVII, Tomo I, p. 44). O motivo principal resulta da estilização de uma flor – peónia ou rosa –, que se abre em várias camadas de pétalas e cuja dimensão parece ser proporcional à passagem do tempo, uma vez que os exemplares mais próximos do final de Seiscentos ou já do início do século XVIII apresentam a “camélia” cada vez mais reduzida e envolta por uma profusão de folhagens (PAIS - Padrões (ainda) imprecisos (...), p. 144).

Padrão\com dois centros e um elemento de ligação | Flor (camélia) [C]; florão [C]; motivo floral [EL]

Ritmo visual\Em repetição o padrão permite a observação de\ritmos: verticais, horizontais e diagonais

Ritmo visual\Em repetição observa(m)-se\formas\em quadrado sobre o vértice

Portugal/Lisboa/Lisboa