Grande Vista de Lisboa, Gabriel del Barco (atr.), c. 1700 | MNAz inv. 1 Az | fotografia de Carlos Monteiro, 1994, DGPC

    Lisboa em Azulejo antes do Terramoto

    Início: Março de 2010
    Fim: Dezembro de 2012

    Projecto financiado no âmbito do Concurso para Projectos de I&D em todos os Domínios Científicos – 2008 da Fundação para a Ciencia e a Tecnologia (PTDC/EAT-EAT/099160/2008).



    Investigador principal:
    Pedro Flor (UAb/IHA- FCSH/UNL)

    Instituição proponente:
    Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Universidade Nova de Lisboa (IHA/FCSH-UNL)

    Investigadores do Az (então RTEACJMSS):
    Susana Varela Flor
    Rosário Salema de Carvalho

    Outros investigadores:
    João Pedro Monteiro (MNAz), Lurdes Esteves (MNAz), Ana Paula Correia (IHA/FCSH), Paulo Oliveira Ramos (IHA/FCSH), Fátima Vaz (ICEMS/IST) Pedro Miguel Amaral (ICEMS/IST), Ana Paula Carvalho (CQB/FCUL)


    Sumário [original]:
    A presente proposta de investigação visa o conhecimento em profundidade da evolução iconográfica da cidade de Lisboa durante o período moderno (sécs. XVI-XVIII), bem como o estudo da iconografia da capital, tendo em conta não só a tradição de representação da mesma ao longo dos séculos, bem como a especificidade material do suporte em que foi concebida.

    A obra terá sido pintada perto do ano de 1700 para decorar a sala nobre de um palácio da capital e representa vários edifícios religiosos (igrejas, capelas e conventos), edifícios civis (palácios e outras casas de habitação), edifícios públicos (a Alfândega, a Casa da Índia, o Arsenal), locais da vida social e económica da cidade (o Terreiro do Paço, o Terreiro do Trigo, o mercado da Ribeira e o chafariz del’Rei), bem como diversos cais e embarcações ancoradas ao longo do rio Tejo. No contexto da azulejaria portuguesa, esta obra constitui um exemplar único, não só por ter chegado preservada até aos nossos dias em assinalável estado de conservação, como também pelas suas consideráveis dimensões e pelo impacto visual suscitado com a representação da Ribeira de Lisboa, desde a zona de Algés até à de Xabregas. A análise detalhada destes azulejos permite recuperar uma parte do conhecimento sobre o quotidiano da cidade na transição do século XVII para o século XVIII, comparar as existências actuais com as do passado e entender melhor a evolução urbana desta metrópole até aos dias de hoje. Acima de tudo, esta vista consegue reconstituir parte significativa da paisagem urbana de Lisboa perdida com o catastrófico terramoto de 1755.

    A falta de estudos em torno deste tesouro nacional que abarquem, em simultâneo, áreas disciplinares tão distintas como a História, a História da Arte, a Iconografia, a Engenharia dos Materiais, o Restauro, a Conservação e a Museologia obriga à conjugação de esforços entre várias instituições, só possível através da articulação científica em torno de um projecto de investigação. Apesar do assinalável aumento dos estudos na área da azulejaria nos últimos anos, o grande painel da Vista de Lisboa carece ainda hoje de um estudo aprofundado que permita descodificá-la nas mais diversas vertentes.

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