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Azulejo na Arquitectura | Revestimento

Revestimento cerâmico da sala 7
Palácio dos Condes da Calheta
[Lisboa]
Designação:
Revestimento cerâmico da sala 7
Número:
LX_BL_PCC_0701
Tipo de Património:
Azulejo
Nota descritiva:

As obras estruturais de que este espaço foi objecto tiveram um impacto significativo no revestimento azulejar, marcado desde logo pela articulação de duas campanhas de obras em épocas distintas. São mais antigos os azulejos das paredes 1, 2 e 3, remontando certamente às últimas décadas do século XVII (1670 a 1680), ou seja, ao período em que se produziam simultaneamente composições de policromia particularmente intensa e de azul/branco com contorno a roxo manganés. Todas as secções são delimitadas pela barra B-17-00124 e respectivo canto B-17-00124-ct01, num modelo idêntico ao que se encontra no Palácio Fronteira, em Lisboa.

A parede 2 é a mais extensa, e aí observam-se duas secções de batalhas navais que na origem seriam uma só e que foi interrompida pela abertura de uma porta entre 1827 e 1836. No final da secção 2, à direita, a paisagem marítima dá lugar, de repente, a um tipo diferente de paisagem, que introduz a zona costeira através de uma ponte e casario, e a seguir outra paisagem rochosa onde se desenrola uma cena de caça ao leão. Nas duas restantes paredes, a 1 e a 3, observam-se cenas campestres, a primeira com cabras e um pastor sentado (parede 1), e a segunda com vacas, cabras e uma figura masculina e outra feminina. Trata-se de reproduções de gravuras que integram um conjunto de oito, da autoria de Nicolaes Berchem (Paises Baixos, 1620-1683) e reunidas na série Animalia ad vivum delineata et aqua forti aeri impressa Studio et Arte Nicolai Berchemi, datada de 1648- 1652. Na parede 1, o pastor e o cão correspondem à página de abertura da obra e, a seu lado, as cabras correspondem a outras gravuras, ainda que distribuídas de forma diferente. Por sua vez, na parede oposta (parede 3), identificou-se uma outra gravura de Jan de Visscher seguindo Nicolaes Berchem, de 1643-1692, complementada por uma cabra da primeira série deste último autor.

À semelhança da sala 11, observa-se ainda a existência de pingos de tinta de cor azul sobre a composição, assim como vestígios de roxo manganés e verde misturados sobre o azul e branco, principalmente na parede 2. São ainda visíveis marcas de desenho prévio não continuado. As marcas a roxo correspondem, certamente, a marcas de tardoz de outros azulejos, que contaminaram estes durante o processo da cozedura.

Na parede 4 observam-se três secções que retratam a preparação para uma batalha, observando-se tropas de artilharia, cavalaria e infantaria. De realçar que a barra que envolve a composição é idêntica à que se encontra no restante espaço e que envolve as composições das restantes paredes, datadas do último quartel do século XVII. Muito embora estes azulejos sejam com toda a certeza mais tardios, nota-se uma preocupação efetiva de integração no espaço e de articulação com o revestimento já aí aplicado, concluindo-se, portanto, que se trata de uma encomenda específica para o local, ainda no final do século XVIII ou em época posterior.

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