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Designação:
Revestimento cerâmico do claustro
Número:
LX_M_CvJ_ACL_0101
Tipo de Património:
Azulejo
Nota descritiva:

Revestimento em tons de azul e branco, cobrindo integralmente duas paredes do claustro. Encontra-se muito descaracterizado, sendo evidente a incorrecta aplicação de azulejos (totalmente descontextualizados) e os acrescentos de épocas diferenciadas (anteriores - albarradas, e posteriores - padrões pombalinos), assim como a existência de réplicas, podendo estas corresponder a restauros (para completar o desenho) executados em época indeterminada mas próxima da campanha setecentista inicial. Considerando os estragos provocados pelo Terramoto de 1755, uma primeira intervenção poderá ter ocorrido em data próxima. Um outro factor que poderá ter motivado o pior estado de conservação da parede 1 é a abertura de vãos, como parece ser o caso da primeira porta. Por outro lado, a repavimentação do espaço deverá estar na origem da perda de azulejos ao nível do rodapé.

A documentação conhecida revela que, em 13 de Novembro de 1712, António de Abreu foi pago "por conta do assento do azulejo que faz nos / claustros", remontando ao ano seguinte um outro pagamento, desta feita ao pintor António de Oliveira, com data de 4 de Junho de 1713. Assim se percebe o contrato de Dezembro de 1714, celebrado com outro António de Oliveira, azulejador, que deveria continuar a obra de azulejo do claustro. Neste documento refere-se explicitamente que a campanha de 1712-1713 não fora do agrado da Ordem e que a agora contratada deveria evitar os erros da anterior, quer ao nível da qualidade do azulejo e da pintura, quer do assentamento. Os registos de pagamento revelam ainda que os azulejos foram fornecidos pelo oleiro Francisco dos Santos (AOT/CJ, Livro de despesa geral da Ordem 1712-1713, fls. 14 e 14v.).

O conjunto que se observa actualmente permite perceber que a organização do revestimento deveria estruturar-se em função de secções figurativas, delimitadas por barras, interrompidas e seccionadas (ou não) pelos diferentes vãos. Inferiormente observa-se um embasamento de simulação arquitectónica, com consolas laterais e uma cartela central, ladeada por anjos sentados e apoiados nas volutas, sobrepondo-se o conjunto à barra inferior. A separar estas secções encontram-se simulações com três pilastras, a central saliente, criando um efeito de tridimensionalidade. Note-se que o espaço nem sempre permite a existência das três pilastras, optando-se, em vários casos, apenas por uma. Estas exibem, na base, figuras "encaixadas" e, mais acima, uma composição de volutas e enrolamentos, com anjos sentados e figuras semi-nuas, em espelho, terminando em espagnolette. As pilastras laterais usam um esquema semelhante, mas apenas com uma figura inferior de lado, e anjos e aves nas volutas superiores. Outros casos, certamente por questões de espaço, apresentam uma pilastra de planta em T, com anjos e atlantes, de frente e de perfil (parede 1, secção 5).

O programa iconográfico apresenta alguns episódios da rainha Santa Isabel (parede 1) e outros que podem ser associados a São Luís (parede 2).

Autorias

Datas importantes

Iconografia

Sobre a ficha
Referências

A talha barroca de Lisboa (1670-1720) : os artistas e as obras. Tese de Doutoramento em História (Arte Património e Restauro). Lisboa: Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2009.

Azulejaria em Portugal no século XVIII. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1979.

O Azulejo em Portugal. [s.l]: Publicações Alfa, 1989.

História da Arte em Portugal - o Barroco. Barcarena: Editorial Presença, 2003.

    - António de Oliveira Bernardes. Dicionário da Arte Barroca em Portugal. Lisboa : Ed. Presença. 1989. pp. 79-81.

A pintura do azulejo em Portugal [1675-1725]. Autorias e biografias - um novo paradigma. Tese de Doutoramento em História da Arte. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2012.

    - Documentário artístico do primeiro quartel de Setecentos, exarado nas notas dos tabeliães de Lisboa. Bracara Augusta - Revista Cultural da Câmara Municipal de Braga. Braga : Câmara Municipal de Braga. 1973.

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